29.3.11

parte sete*


(...) desta vez tinha ganho coragem, e tinha ido também pedido explicações a Francisca.
Rita bate à porta de casa da sua amiga, e quem abre a porta é a mãe:
- boa tarde Rita, entra.
- obrigada D.Margarida.
Rita costumava ir imensas vezes a casa de Francisca, e por isso a sua mãe já a conhecia. eram colegas de infância, e as suas mães eram muito amigas.
a mãe de Francisca subiu e foi chamar a filha.
- Francisca, está aqui a Rita.
- está bem, diz que ela pode subir.
Rita sobe. o quarto de Francisca era coberto de azul, era claro, e transmitia alegria a quem por lá passava. era composto por uma secretária, e um beliche, apesar de ela não ter irmãos. a sua mãe comprou-lhe o beliche porque ela sempre foi muito livre, e, portanto, levava várias amigas lá a casa, raramente eram os fins-de-semana que ela passava sozinha.
- olá Rita, não esperava ver-te por aqui hoje. o que te trás cá a casa?
- menos Francisca, muito menos.
- hey, calma.
- eu estou calma! - Rita disse isto num tom alto, notava-se que ela estava exactamente o contrário do que havia dito a Francisca.
- sim, nota-se. Rita, respira fundo e conta-me o que se passa.
Rita obedeceu. explicou exactamente igual a Francisca, o que tinha explicado a Henrique. Francisca calou-se por momentos.
- então, não falas agora? - pergunta Rita, com ironia.
- entendeste tudo mal, a sério.
- como se eu já não soubesse que irias dizer isso, poupa-me.
- por favor, ouve-me. nem que seja por mim, mas ao menos pelo Henrique, ouve-me.
- sou toda ouvidos, podes começar, antes que me arrependa.
notava-se pela voz, que Rita estava aborrecida com o sucedido, e que não dizia aquilo com sentimento.
- bem, o Henrique pediu-me para não dizer a ninguém, nem mesmo a ti, pelo medo da tua reacção, mas acho que o melhor é contar-te ..
- sim, continua ..
Rita ficou curiosa, e ouviu a amiga até ao fim.
- quando me viste de mãos dadas, no outro dia com o Henrique, foi um equívoco. eu não gosto dele, nem nunca gostei. ele agarrou-me, e na altura em que nos apanhaste, ele estava-me a pedir para não contar a ninguém.
- sim, mas tu quando saíste, disseste que o amavas. - confrontou-a Rita, confusa.
- bem, disse, porque ele é muito importante para mim, e tu já vais perceber por quê, se me deixares continuar ..
- desculpa.
- bem, ele estava com muito medo de o admitir, e não te conseguia confrontar, nem te ver, sabendo que te estava a esconder uma coisa tão importante.
- sim, mas afinal, o que ele me escondeu?
- espero que não te zangues por não te termos contado mais cedo, mas .. eu e ele, descobrimos à pouco tempo, que somos irmãos...

( continua ... )

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